As coisas têm nome
27 de março de 2012 | 16 Comentários
Já ouço os protestos: “ah, tá opinando sobre assunto dos mazembistas!” Ledo engano, caríssimos. Tenho é apreço pelas coisas em seus devidos lugares.
Lembro que também nós tivemos jogadores que sofreram com o tal do “UFC do Gauchão” (desculpem, não resisti): os casos do Andrezinho e do Dalton são bem representativos disso, e não creio que ninguém são vá contestar essas baixas e suas razões.
Mas, dizia eu no título, as coisas têm nome – e, se os têm, é preciso usá-los: se toda a quizumba na mídia esportiva com o Kleber é para proteger o bom jogador, o bom jogo e coibir a violência, contem comigo; por outro lado, se isso é só para (mal) disfarçar a frustração por não poder contar com um atleta que custou caro, aí estou mais fora que umbigo de china.
Em tempo: acho o ocorrido com Kleber lamentável, e que os mazembistas estão certíssimos em reclamar, “aflitos” que estão com esta situação – e sério, não vai qualquer ironia aqui. Mas é preciso lembrar que não vi a mesma indignação quando o cidadão do Veranópolis quebrou o Dalton este ano, por exemplo. E aí a coisa começa a adentrar o perigoso terreno da hipocrisia. Aí não dá. Aí, caríssimos, me incluam fora dessa.
Acho que seria um absurdo um jogador do Inter quebrar alguém, e isso vale pro Seu Damião, pro Seu Bolívar, pro Seu Barriga, pro escambau. Só não venham me dizer que “esse Gauchão não presta”, que “pô, tá muito violento”, e mais o diabo, porque nossos “investimentos” apanham feito boi ladrão em campo numa competição que não vale nada: e por acaso jogador que ganha salário mínimo no interior não merece ser protegido da violência também? O cara então tem que ser preservado conforme o número de zeros na sua negociação? Ah, alto lá…
Entendo e dou razão pros mazembistas no caso – eu também ficaria p…da cara se alguém decapitasse o Damião ou o D’Alessandro em campo. Só que, repetindo, as coisas têm nome: falar em “UFC”, em tirar o time de campo ano que vem, dar uma de psicólogo amador pra analisar a “intenção” do agressor, ou fazer tratados para diferenciar “pegada” de “porrada” só por causa disso que aconteceu com o Kleber cheira meio mal, especialmente pra quem até pouco tempo atrás reverenciava jogadores que esmerilhavam travas de chuteira.
Acho que vale criticar a arbitragem permissiva, omissa, leniente. Mas tem que ser pra todos os lados – afinal, futebol, por definição, não é exatamente um jogo delicado (como diria o meu prático, objetivo, instrutivo e educativo avô, S.Assis P.Ererê, “quem tem sola do pé lisinha não serve pra bota de garrão…”).
Então, se alguém, sei lá, do Avenida, por exemplo, sofrer a mesma coisa, quero ver a mesma indignação, independente de ser por causa de alguém do Inter ou dos nossos amigos “aflitos”. Senão, é marmelada da grossa – e nada doce pra quem se der ao trabalho de raciocinar só um pouquinho…
Fui. E não a pé.
Compartilhe:
27 de março de 2012 em 15:14
Parabéns pelo texto.
27 de março de 2012 em 15:38
Enfim leio algo inteligente sobre esse chororô “aflito” que vem da Azenha!
27 de março de 2012 em 15:48
Quando quebraram o D’Alessandro, no início de 2010, o gazeledo caiu na troça. Pois bem, sabugo no terceiro olho dos outros é refresco, não. Tenho pena do Kleber, mas calma lá! Calma lá!
27 de março de 2012 em 16:08
Simplesmente o texto mais lúcido sobre o assunto, tão cagadinho pq o semestre esta em risco por causa da gladadora que bate em mulher….. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk se ferrraram
27 de março de 2012 em 17:44
Quando tu fala mazembista tu ti lembra do mazembe?
27 de março de 2012 em 21:18
não , lembra do ajax
28 de março de 2012 em 17:59
Que Ajax? Lembro do ANAPOLINA!!!
27 de março de 2012 em 20:08
Excelente o texto.
27 de março de 2012 em 22:15
Não acho que no lance em que o Kleber se machucou houve “uma luta de UFC”. Em jogos de futebol seguidamente ocorrem lances em que o atacante protege a bola e o zagueiro, na tentativa de tirar a bola, acaba calçando o jogador adversário. Outro fator a ser levado em consideração é a maneira que o Kléber joga, ou seja, é um atacante que sempre oferece o corpo para o zagueiro, seja para dar um trible de corpo ou para cavar a falta. Infelizmente teve azar. Quanto a repercussão, em 2010 um jogador do Juventude quebrou o osso da face do D’alessandro (só pela lesão infere-se a violência do lance) e não teve nem metade da repercussão.
28 de março de 2012 em 07:42
E o exército de operários já desembarcou no BR?
28 de março de 2012 em 10:45
Parabéns pelo texto Raphael Castro….formidável!
28 de março de 2012 em 11:29
Excelente análise, no dos outros é refresco. E a gazelada não tinha toda essa bondade quando o gauchão rachou a kra do DALESSANDRO em 2010.
Tomaa
28 de março de 2012 em 23:43
É uma pena que o INTER esteja se encaminhando para jogar mais 1 ano fora, por causa de jogadores como TINGA, INDIO, BOLIVAR, GUINAZU.
Ex jogadores que continuam no time e prejudicam o time.
O INTER não contrata zagueiros para ter espaço, no meio campo TINGA vira volante para ter espaço, ou sai um atacante para ter espaço pra TINGA e GUINAZU e etc etc etcc.
É uma grande pena, parece que o INTER está seguindo o caminho que todos os times com um bom período de conquistas acaba seguindo.
Lamentável.
29 de março de 2012 em 00:03
concordo contigo em gênero, número e grau. e tem mais: em quanto não tirar esse Nei que só mata bolinha no peito no beira rio contra times pequenos, nós “tamufú”
29 de março de 2012 em 12:27
Na real NÃO acho o gauchão violento. Já foi… não é mais.
Pra mim a probabilidade de se lesionar em gauchão é a mesma do que se lesionar em brasileirão, Copa do Brasil ou Libertadores. Acontece. Futebol é assim.
O que acho dureza é lesionar jogadores que podem ser importantes para essas outras competições em um torneio que não vale nada. Se ganhar ou se perder, eu, como colorado, vou cagar e andar.
Seria mais interessante jogar uns torneios na Europa, China, EUA nessa época. Até mesmo a Sul Minas poderia ser mais interessante… É de se pensar.
31 de março de 2012 em 03:07
TINGA, INDIO, BOLIVAR E GUINAZU. É incrivel a gente encontrar “colorado” cheio da razão responsabiizando esses quatro por mais um ano perdido. Quatro ex,,, O velho Tinga, que, das três que participou foi destaque. O vovô-garoto Indio, que nunca teve tão fininho, jogando TODAS, gauchão e Liberta, errando muito pouco e SEM NENHUM RESERVA. O general da reserva Bolivar, que teve um mau 2011 e um ótimo 2010, que praticamente não jogou este ano, E o Guinazu, peito de aço, cuja extensa aus~encia nos deixa todos órfãos há algum tempo. O que que o Marcio quer? Elton, Jackson, Bregalda e Bollati? Respeito opinião alheia e este espaço é pra opinar mesmo. Entao, na minha opinião, o Marcio não entende nada de futebol, nao acimpanha o Inter e deve ser um daqueles papagaios de radinhom que vão lá no estadio vaiuar histerico. Se é que vai ao Gigante. Será colorado? AHM ÓTIMO TEXTO, COMO SEMPRE