À Sombra dos Eucaliptos

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Ao Mestre, com carinho

| 13 Comentários

Acordo no sábado pela manhã e, ainda zonzo, sou pego de assalto pela terrível notícia: subitamente, falecera Cláudio Cabral.

 

Já naquele momento, do nada, senti que boa parte da minha adolescência futebolística acabara de dizer suas últimas preces. A tirada irônica, a frase que chamava o ouvinte como o bom cheiro da cozinha chama os convivas, aquele sentimento de gosto, de tato, aquela simbologia com cheiro de futebol que os melhores personagens forjam a golpes de eloquência. Cláudio Cabral era um homem assim: no raio de sua voz cortada havia um talento que se podia quase apalpar com a mão.

Há pessoas como fogos de artifício, e há pessoas como estrelas. As primeiras brilham com uma intensidade quase desesperada, regurgitam luz estridente por todos os poros e, enfadonhas nessa existência cíclica, cessam antes de serem notadas. Outras brilham permanentemente, quase sussurram sua existência, mas com uma força avassaladora. Cláudio Cabral, mais do que nunca, agora é uma estrela.

E para sempre será.

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13 Comments

  1. Mestre Cabral. sempre me lembrarei do grande cabral e de seus comentários ácidos e precisos!

    Obrigado mestre

  2. Daniel parabéns pelo texto, compartilho com você a admiração pelo Mestre. Fará muita falta.

  3. Olha, até agora eu não consigo acreditar. Nunca tive o prazer de conhecer pessoalmente o Cláudio Cabral mas tinha um compromisso diário de ligar o rádio as 11h e depois as 12:30 só para ouvi-lo. Era o melhor de todos, disparado. Acompanhava os seus comentários desde 1993. Foi uma judiaria ele falecer com tanta coisa ainda para dividir conosco. Que descanse em paz!

  4. Uma pena, gostava muito de ouvir os comentários lúcidos do Mestre Cabral…

  5. “Falei e assino embaixo”! – Frase celebre do Mestre.

    Grande colorado, deixa uma saudade enorme..

  6. O Mestre dos Mestres, o melhor…….parece que faleceu um parente, estou muito triste.

  7. Muito bom texto. Curto e certeiro. Parabéns. A relação com o cheiro da cozinha foi ótima. Queria te-lo escrito.

  8. Grande Cabral, levou uma parte de nós junto. Grande Mestre! Sempre nos lembraremos.

  9. Perfeita sua pontuação. Não há de se tirar, ou por, uma vírgula sequer.

    Perdemos a eloquência da crônica esportiva gaúcha. O ponto de vista puro, contumaz e sarcástico.

    Fará falta o Mestre Cláudio Cabral.

    Belo texto

  10. Sou gremista mas acompanhava os comentários,ironicos,debochados e as vzs até mau humorados do mestre…gostava qando ele chegava e largava com uma voz meio anasalada “olha aqui ó…fulano é um vigario…vou dar nota por q se fardou” uma perda lamentável mesmo,q descanse em paz!

  11. Sem duvida alguma perdemos uma das maiores mentes futebolisticas do SUL….Grande Mestre sabia demais!!! Um COLORADO de sangue e marca maior.

    Suas frases “Jogador ruim tem que ir embora senão acaba jogando”… frases de quem conhecia muito do dia-a-dia dos vestiarios…Grande Mestre irá deixar muitas saudades, o radio agora não terá o mesmo brilho, e as grandes jornadas futebolisticas que começavam com uma otima narração dos jogos, não terão mais a cereja do bolo que eram os comentários, sempre inteligentes seguidos de suas notas sempre muito “Ranzinzas” (Nunca ninguem ganhou nem nota 9,0)…

    Valeu MESTRE….Nos COLORADOS estomos de luto, Duas grandes perdas em pequeno espaçõ de tempo…Escurinho e agora o Mestre…

  12. Escrevo atrasado pq andei afastado depois de uma séria lesão futebolística. Também tenho como desculpa morar em Santa Catarina, as notícias demoram para chegar, mas como sou leitor do CP assíduo, ao contrário do Jô que não tem compromisso com nada, soube rapidamente do falecimento do rabugento comentarista. Lembrei dos tempos de garoto, quando odiava os comentários dele, pois eu era mais torcedor do que conhecedor de futebol, enquanto meu pai vibrava com a indignação do veio Cabral. Tempos difíceis de Zachias, Asmuz e outros. Hoje temos cada vez menos gênios que detalham o futebol de uma maneira perfeita, para que até uma criança entenda, eu não entendia, meu fanatismo não deixava. Bom, resumindo, o texto acima é espetacular, não como o WM, lembrou um pouco da minha infância, e principalmente dos que já se foram, como o meu pai e o seu ídolo, o sarcástico Cláudio Cabral. Saudades!

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