Gândulas
30 de abril de 2012 | 5 Comentários
Vamos já deixando uma coisa bem clara: não sou a favor da “jogada” do “gândula”, como a palavra vem sendo engraçadamente grafada na internet esses dias.
Ao menos não se não houver a mesma velocidade na reposição da bola para os dois times. Só que, do jeito que a coisa vai, seríamos tão “ganduleiros” quanto somos “aliciadores” (alô, TST). Aí complica. Aí não dá.
Em primeiro lugar, de novo as vestais do futebol reagem escandalizadas com o Inter, agora por causa dos nossos marrecões (sim, “gandula” parece transmitir mais importância à liturgia do cargo, denotando a nobreza de quem bota o jogo pra recomeçar. Mas sou purista, pra mim a lembrança da inusitada ave é mais folclórica, apesar da sonoridade bacana de “gan-du-la”).
Mas, dizia eu, novamente o Internacional parece surgir como uma espécie de Geni ética. Gozado – e aqui repito alguns pontos: onde estavam esses mesmos arautos da honestidade quando certos jogadores seus esmerilhavam as travas de suas chuteiras, num claro gesto de amabilidade para com os adversários? Cadê os Cíceros do futebol quando, por exemplo, os jogadores – e TODOS fazem isso – simulam contusões horríveis, e, cinco minutos depois, estão de volta saltitando no campo como os “pôneis malditos” da propaganda? Onde, esses tribunos da honestidade, quando a bola, em vez de retornar instantaneamente, demora séculos pra ser reposta ao adversário? E entrar com 54 jogadores no campo sem divulgar escalação, isso então é ético na catilinária desses campeões da retidão?
Não, não gosto de esperteza, mas, e é bom que se diga, um time profissional tem que saber lidar com certas situações, principalmente quando 1) ou já as conhece (e nada faz para remediá-las), ou 2) já sentiu na pele o uso desses, digamos, ”recursos”. Agora, reduzir a vitória no “Garde-Nal” de ontem ao gandula, aí a lógica já fica muito pedestre (pensando bem, até que faz sentido, afinal, não fui que inventei essa história de “ir até a pé”). Mesmo porque, ironia tão cruel quanto deliciosa, se a tal jogada fosse mesmo usada no momento do segundo gol, o Fabrício só chegaria na bola se fosse o The Flash ou, quem sabe, num milagre de física quântica.
Logo, pra quem até pouco tempo atrás se utilizava de gandulas bem nutridos e de reposições de bola algo heterodoxas, também é o caso de perguntar que diabo o treinador da cacharrel estava fazendo por ali. Dica de costela é que não era (ih, melhor parar de falar nisso, senão ainda vão lembrar do ridículo sal grosso no banco…).
Enfim, a coisa foi o que foi, mesmo com esse negócio boboca do “gândula”. Mas mais boboca ainda é achar que isso é que foi determinante pro resultado (como diria o meu nativista, criador, podólogo e higiênico avô, S.Assis P. Ererê, “coisa de quem anda descalço em potreiro pra justificar frieira…”).
Fui. E não pé.
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30 de abril de 2012 em 16:49
mais uma vez matasse a pau!!! melhor blog de futebol do rs!
parabens pelo trabalho!
30 de abril de 2012 em 21:20
Enfim, o INTER ainda não venceu um time grande esse ano !
Tem que matar o FLU!
1 de maio de 2012 em 10:21
Comentário de um colorado no blog do maurício saraiva:
“Em 2007 – Video do jogo Gremio x são Paulo
http://www.youtube.com/watch?v=XI4yIWMEdqk&feature=related
Gandulas jogando a bola “ILEGALMENTE” de forma diferente para jogadores dos 2 clubes.
Na mão dos jogadores do Gremio (pra agilizar). E no pé dos jogadores do São Paulo (pra retardar).
E lembro que você [Maurício Saraiva] ELOGIAVA O MANO MENEZES pela inovação.
Observei 14 minutos do 1º tempo. Mas já fica claro que os gandulas do olimpico nunca foram e nunca serão isentos.
1:28 Gandula joga a Bola na mão do Patrício
4:23 Gandula joga a Bola na mão do Patrício
5:33 Gandula deixa a Bola no chão para São Paulo (ilsinho)
9:35 Gandula deixa a Bola no chão para São Paulo (ilsinho)
10:00 Gandula deixa a Bola no chão para São Paulo (ilsinho)
12:00 Gandula joga a bola no pé do Souza (SP)
13:44 Gandula joga a Bola na mão do Patrício
Se quiser continuar assistindo, o link está aí.”
JOGO COMPLETO – Grêmio 2 x 0 São Paulo – Libertadores 2007
http://www.youtube.com
2 de maio de 2012 em 14:16
Cara, te pergunto: – Qual a diferença da jogada do Gandula Colorado, e da Gandula Botafoguense? Resposta: Nenhuma. A malandragem é do jogador!
O gandula bota a bola no chão, como sempre fez. É, que, a maioria dos jogadores “encebam” a bola. O Dátolo chega batendo, inclusive, nenhum outro jogador do Inter faz isso.
O lamentavel é a medíocridade!
Abs.
2 de maio de 2012 em 21:17
No mesmo dia, no jogo entre Guarani e Ponte Preta, os gandulas do Guarani também colocavam a bola no semi círculo para cobranças do Guarani. Nesse jogo ninguém da transmissão ficou falando sobre isso. Como já foi citado, somente o Dátolo bate o escanteio direto, os demais cobradores sempre dão uma ajeitadinha na bola.