Eu, presidente do Inter, vos digo que…
5 de outubro de 2011 | 8 Comentários
Nesta terça, lancei oficialmente minha candidatura à presidência do Inter. Em um ato surpreendente – misto de oportunismo político, conchavos etílicos e brilhantismo nonsense –, mobilizei as hordas virtuais em torno do meu próprio nome e surgi como favorito imediato à sucessão de Giovani Luigi em 2012.
No Twitter, contando com o apoio maciço de aproximadamente seis pessoas, a tag #AndreasPresidente foi alçada ao topo dos Trending Topics Padre Cacique, causando comoção na torcida e reatiçando os ânimos político-eleitoreiros do clube. Consulados fecharam as portas, o CAS suspendeu novas associações e os santos da Capela do Beira Rio foram cobertos com lonas. Tudo parou diante do verdadeiro bombardeio político desencadeado pelo exército criativo do Twitter.
Diante desses e de outros acontecimentos, quero aproveitar este nobre espaço para fazer três esclarecimentos.
1. Depois de muito refletir, decidi renunciar ao cargo de futuro presidente do Inter. Lamento decepcionar os zilhares de colorados que, durante um dia inteiro, viram na tag #AndreasPresidente uma tênue esperança de voltar a ter acesso à cerveja nos bares do Beira Rio. Mas é imperativo informar que, neste momento, não tenho as menores condições de assumir tão alta missão. Antes, é preciso aprender mais sobre o clube, conhecer seus meandros políticos e encerrar minhas pendências no Serasa.
2. Embora seja um fã confesso e ardoroso de Fabiano Cachaça, eu jamais cogitei nomeá-lo vice-presidente do clube, muito menos diretor técnico, como apregoaram alguns. Se um dia eu vier a aceitar o fardo da presidência, eu honrarei essa enorme responsabilidade mantendo-me fiel às melhores práticas de governança corporativa e gestão profissional. Teremos um conselho de administração com integrantes do clube e conselheiros independentes. Teremos auditores internos e externos para acompanhar a evolução dos trabalhos. Teremos, enfim, transparência contábil e uma organização alinhada às necessidades de negócios do século 21, além de um CEO chamado Fabiano Cachaça.
3. Finalmente, gostaria de dizer que o lançamento da minha candidatura nada tem a ver com o imbróglio envolvendo a Andrade Gutierrez e a reforma do Beira Rio. Se eu quisesse realmente melar o negócio e entregar de vez a Copa do Mundo para a Arena, eu adotaria uma estratégia muito mais simples do que me candidatar a presidente: bastaria seguir o exemplo de alguns poucos conselheiros que, à boca pequena, articulam-se hoje na tentativa de ressuscitar o natimorto modelo de autofinanciamento.
Feitos os esclarecimentos, agradeço ao apoio de todos e reitero a possibilidade de vir a me candidatar em um futuro mais distante – a partir de 2018, por aí. No dia em que for eleito, prometo atender à grande reivindicação da república colorada e construir uma esplanada no entorno do Beira Rio, onde reluzirão estátuas de bronze de grandes ídolos da história do clube, a começar por Fabiano no épico gesto de imitar um golfinho pensando ser um coelho, naquela tarde inesquecível de 1997.
Atenciosamente,
Andreas Müller, ex-futuro-presidente do Inter.
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5 de outubro de 2011 em 02:53
admiro ainda mais sua pessoa. abraço
5 de outubro de 2011 em 08:37
#Andreaspresidente, o único invicto na história do futebol mundial.
Ass. # viuvasdoAndreaspresidente
Foi bom enquanto durou…
5 de outubro de 2011 em 09:26
Hahahaha, genial!
5 de outubro de 2011 em 12:22
é disso q o futebol precisa, bom humor não faz mal a ninguém
5 de outubro de 2011 em 14:14
As arrobas bradam o retorno de seu Getúlio Vargas: #AndreasPresidente
5 de outubro de 2011 em 17:35
felizmente esse blog voltou, e com ele seus excelentes cronistas, para acabar com lugar-comum da redação esportiva.
três vivas ao grande ex-futuro-presidente Andreas!! Aguardamos a inauguração da tua estátua de bronze, ladeada pelos inigualáveis Fabiano Cachaça e Nílson, o homem-gol do grenal do século.
5 de outubro de 2011 em 19:34
Poutz eu ajudei na campanha já tava pensando no meu carguinho depois de te ver eleito..aquele lance das churrasqueiras de latão e das piscinas de plastico a serem colocadas na parte arrebentada das arquibancadas nem pensar?
6 de outubro de 2011 em 01:36
Mto bom,e pode contar com 2 votos(mais a minha filha). Ja votei na convergencia e compartilho com as tuas idéias. Qto a vender cerveja no Beira-Rio,sou totalmente a favor,pq quem quer beber,fica em volta do estádio,atrasando o início do jogo,e depois,bebem de novo na saída. Fim à hipocrisia.
Outra coisa: como moro no interior,qdo vou aos jogos,ficamos esperando mais de1 hora pro início. Pq não tem mais preliminares???
Sou do tempo em que se ia mais cedo ao estádio pra ver Falcão,Jair,e tantos outros.
Abraço
Leandro Kern
Taquari/RS